Lição 11 - Quiálteras: Tercinas e Sextinas/ Andamentos e Dinâmica

Lição 11

Quiálteras: 

Tercinas de Colcheia, Semínima e Semicolcheia e Sextinas

CONCEITOS TEÓRICOS

Em nosso caminho para decifrar a leitura e escrita musical, vimos figuras que são uma metade da outra em uma relação binária nos principais compassos simples (com denominador 4).

Mas e se quisermos alterar essa relação e colocar uma figura ímpar?

Por exemplo três articulações em um tempo, como fazer?

Para isso usaremos Quiálteras. Quiálteras são grupos de valores que aparecem modificando a proporção estabelecida pela subdivisão de valores. Ou seja, são figuras “que alteram” a divisão regular.


Três notas onde só podem caber duas ou quatro notas por exemplo.

 

 Vamos nessa lição estudar as quiálteras de 3 (tercina)  de colcheias, semínimas e semicolcheias e as quiálteras de 6 (sextina) e as suas principais subdivisões.

 



Sempre que usarmos uma quiáltera, precisamos indicar com um número acima ou abaixo do grupo de notas alterado.

 

 

LEITURA


No Vídeo:

A subdivisão das Quiálteras usando o Ti que ta que

Confira!


 


Tercina de colcheia

Mais uma vez o sistema Ti que ta que vai nos ajudar para subdividir.

Para três notas usaremos Ti ta ta

 


É muito importante subdividir os tempos em 3 partes iguais. Pense no Ti ta ta como uma valsa.

Vamos novamente praticar somente utilizando a voz para a subdivisão e os pés para a marcação dos tempos. Perceba que a cada novo tempo a marcação do pé ocorrerá junto com a sílaba Ti.

 


 

Vamos Tocar!

Na Caixa 🥁

Dica: lembre-se de marcar com os pés no Ti, ou seja na cabeça do tempo.

Ex. 1 - Depois de praticar com o baqueteamento para o lado direito e para o lado esquerdo, tente alternar entre eles a cada repetição.

  

 

Ex. 2 - Com subdivisões da tercina de colcheia.

 

 

Ex. 3

 

 

Ex. 4


 

Ex. 5

 

 

 

Tercina de Semínima

 

 

A tercina de semínima preenche dois tempos. Para facilitar a sua subdivisão, vamos usar as tercinas de colcheia para chegar ao resultado.

 


 

Ex. 6 - No primeiro compasso temos a medida para chegar à tercina de semínima. Os dois compassos soam iguais, mas com escritas diferentes.

 

 

 

Tercina de Semicolcheia

 

 

 

A tercina de semicolcheia divide as seis notas entre as duas partes de tempo. Ou seja, para cada colcheia regular, teremos um grupo com três notas.

 


 

Os grupos de subdivisões mais comuns envolvendo Tercinas de semicolcheia:

Ex. 7

 

 

Ex. 8

 

 

Sextinas

As sextinas formam um grupo de 6 notas.

Para subdividir usaremos Ti que ta que ta que

 


 

É muito importante subdividir os tempos em 6 partes iguais. 

A silabação é o complemento do Ti ta ta, com a sílaba Que entre elas: Ti que ta que ta que

Vamos novamente praticar somente utilizando a voz para a subdivisão e os pés para a marcação dos tempos. E a cada novo tempo marcamos com o pé ao pronunciar a sílaba Ti.

 


 

Ex. 9 - Caso tenha dúvida, copie o exercício em seu caderno e escreva a subdivisão Ti que ta que ta que

   

 

 

Veremos agora sinais que nos indicam a velocidade e a intensidade na escrita musical

 

Andamento é o grau de lentidão ou rapidez (velocidade) que se imprime na execução musical.

São três os tipos de andamento, conforme a velocidade: Lentos, Moderados e Rápidos.

O andamento é indicado no começo da partitura, acima do pentagrama e com o uso, geralmente de termos italianos e/ou valores metronômicos que indicam o número de batidas por minuto (bpm).

 

Lentos

Largo

40-50 bpm

Larghetto

50-60 bpm

Lento

60-68 bpm

Adagio

68-76 bpm

Moderados

Andante

76-84 bpm

Andantino

84-90 bpm

Maestoso

90-98 bpm

Moderato

98-108 bpm

Allegretto

108-116 bpm

Rápidos

Allegro

116-130 bpm

Vivace

130-148 bpm

Vivo

148-170 bpm

Presto

170-195 bpm

Prestissimo

195-220 bpm

 

A indicação pode ser para uma faixa de andamentos aproximada.

  

Ou a indicação pode ser específica.


 

Os andamentos também podem ser indicados por nome de danças ou ritmos:

Tempo de Marcha; Tempo de Valsa; Tempo de Bolero etc…

 

O andamento marcado em um estudo, exercício ou solo normalmente é o andamento final indicado pelo compositor. Ou seja, é o nosso “alvo” de estudo. Mas devemos, principalmente quando houver indicação de andamentos rápidos, estudar em faixas mais lentas e gradativamente chegar ao andamento final, e em alguns casos até ultrapassar o andamento indicado.

É muito importante que trabalhemos para alcançar os andamentos indicados. Não é por acaso que o compositor escolheu aquele andamento ou faixa de andamento.



Os andamentos podem ser modificados ao longo de uma peça musical com indicações que servem para apressar, retardar ou voltar ao andamento original.

Accelerando (accel.), Affretando (affret.) - Apressar gradativamente.

Più Mosso – mudança súbita para andamento mais rápido.

animato, più animato – animando

Rallentando (rall.) e Ritardando (rit.) - retardar gradativamente.

Meno mosso – Mudança súbita para andamento mais lento.

A tempo, Tempo I ou 1º tempo – Volta ao andamento inicial

 

A expressão Poco a poco é utilizada após rallentando, accelerando para indicar o retardo ou a aceleração gradativa do andamento, e após crescendo e diminuendo para indicar aumento ou diminuição da intensidade (dinâmica - próx. assunto).


A Dinâmica controla os níveis de intensidade que utilizamos em notas, partes de compasso, compassos e trechos inteiros de uma peça musical.

A marcação de dinâmica virá marcada abaixo da pauta.

Os níveis dinâmica podem ser (listadas em ordem crescente de intensidade):

pp    (pianíssimo) – Muito suave

  (piano) – suave

mp (mezzo-piano/ meio-piano) – “meio suave”

mf (mezzo-forte/ meio forte) – Volume normal quando tocamos relaxados

f (forte) – “só” Forte

ff (fortíssimo) – Muito Forte (mas com controle)


Ainda podemos ter dois sinais que indicam aumento ou diminuição da intensidade gradativamente:

Crescendo - Gradualmente fica mais forte.

Decrescendo (Diminuendo) - Gradualmente fica mais suave.



No Vídeo:

As dinâmicas e a relação da altura das baquetas e a superfície.

Confira!




ATENÇÃO! as marcações de dinâmica não tem relação com o tempo.

Quando for tocar mais suave, não diminua o andamento. E quando for tocar mais forte, não acelere!

Lembre-se:  

Uma das principais responsabilidades do percussionista é proporcionar um andamento estável!

 

Vamos Tocar!

Na Caixa 🥁

Para exercitar as faixas de andamento, quiálteras e dinâmica.


Ex. 10

Escolha o melhor baqueteamento e anote. Pulse em Ti ta ta.

Qual é a faixa de andamento para Moderato?

 

 

Ex. 11

 

 

Ex. 12 - Atenção! Da primeira vez piano, na volta Forte.

No áudio o exercício será executado duas vezes com as repetições.

 

 

Ex. 13

Dica: Atenção à dinâmica! Na primeira vez Piano; na volta Meio-Forte, pulando para a casa dois.


 

 

Ex. 14

 

 
 

No Teclado 🎹

As mesmas divisões rítmicas de leitura para caixa com andamentos e dinâmicas serão utilizadas aqui no teclado. Os baqueteamentos estão sugeridos.

 

Ex. 15

 

 

Ex. 16 - Variação do Ex. 10

 

 

Ex. 17 – Variação do Ex. 14

Escala Cromática de Dó.

Dica: usaremos todas as notas do teclado em uma oitava.

Podemos ter escalas cromáticas começando em qualquer nota do teclado.

 


  

 

Ex. 18 - Para este exercício a referência no metrônomo será a Mínima. Ou seja, a marcação ocorre a cada dois tempos.

 


 

Para termos a marcação a cada tempo, marcando as semínimas, basta dobrar a referência usada na mínima para semínima. 

Qual seria então a indicação metronômica tendo a semínima como referência?


 

Agora é com Você! 😉

Explorando os exercícios de leitura para caixa de 1 a 9, faça suas próprias composições no teclado.

Use quiálteras e seja criativo!

 

 

 

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Bibliografia

 

MED, Bohumil. Teoria da Música: Vade Mecum de teoria musical. 5ª edição. Brasília, DF: Musimed, 2017.

CARDOSO, Belmira e MASCARENHAS, Mário. Curso Completo de Teoria Musical e Solfejo. 14ª edição. São Paulo: Irmãos Vitale, 1996.

LACERDA, Osvaldo. Compendio de Teoria Elementar da Música. 4ª edição. São Paulo: Musicália S/A, 1967.

COTRIM, Gilberto Vieira. TDEM-2: Trabalho dirigido de educação musical. 11ª edição. São Paulo: Editora Saraiva, 1999. 1º grau, 2º volume.

ROCCA, Edgar Nunes. O Ritmo Pelas Subdivisões. Rio de Janeiro: Groove, 1992. Volume 1.

COSTA, Eliseu Moreira. Material Didático e Metodologias não publicadas.

AUDI, Cesar Augusto Conter. Estudo dos Movimentos Full, Down, Tap e Up. Porto Alegre: Independente, 2000

GOLDENBERG, Morris. Modern School for Xylophone, Marimba and Vibraphone. EUA: Chappell & Co., 1950.

COOK, Gary D. Teaching Percussion. Third Edition. Arizona: Schirmer Books, 1997.