Lição 19 - Modo Menor e Escalas Relativas/ Contagem de Pausas e Sinais de Repetição Pt. 3
Lição 19
Modo Menor e Escalas Relativas
CONCEITOS TEÓRICOS
Escalas e Tons Menores - Introdução
Na lição 12 aprendemos que a maneira em que distribuímos os tons e os semitons em uma escala chamamos como Modos. E que temos dois modos: o Modo Maior (já visto nas lições 13 e 14) e o Modo Menor.
Cada escala no modo maior tem uma escala menor com a mesma armadura de clave que chamamos de Escala Relativa. A mesma regra serve para uma escala menor, que tem a sua escala relativa maior sob a mesma armadura.
Para encontrar a escala relativa menor de uma escala maior basta localizar a nota que está uma 3ª menor abaixo da tônica da escala (Ou uma sexta maior acima da Tônica). Ou seja, se estamos em Dó Maior, a nota que está uma 3ª abaixo é Lá. Então a escala relativa menor de Dó Maior será Lá menor.
Toque cada uma das escalas (Lá menor e Dó Maior) no teclado para perceber as diferenças também auditivamente.
O modo menor tem três formas: Natural, Harmônica e Melódica.
No modo menor natural, os intervalos de semitons são encontrados do II para o III grau, e do V para o VI grau. Entre os demais intervalos a distância é de um tom.
Para tocar uma escala do modo menor natural, basta tocar as notas daquela escala maior, só que começando pela nota da escala relativa menor.
Por exemplo, Ré menor Natural. A relativa maior de Ré menor é Fá Maior (Que está um 3ª menor acima do Ré). Então basta tocar as notas escala de Fá, só que começando do Ré.
Experimente!
Agora toque a escala de Ré menor e depois toque a escala de Fá maior e perceba a diferença entre elas.
Na escala menor harmônica, o VII grau será elevado em um semitom.
Toque a escala de Lá menor Natural e a Harmônica e ouça a diferença entre elas.
Já a escala menor melódica, tem uma formação quando é ascendente e outra quando é descendente.
Quando sobe, o VI e o VII graus serão elevados um semitom. E quando desce, essas alterações desaparecem.
Essas alterações que são responsáveis pela formação das formas harmônica e melódica do modo menor não vem grafadas na armadura de clave, mas apenas como acidente ocorrente. Para saber se a uma escala, solo ou estudo está em uma tonalidade maior ou menor, basicamente e resumidamente você precisa, além de saber a armadura, verificar qual a nota que inicia e qual termina, procurar se ao longo do trecho algumas notas serão alteradas, e ouvir as características do trecho ou peça a ser estudado.
Para a formação de todas as outras escalas menores podemos seguir os mesmos passos partindo da escala menor natural.
Vamos Praticar!
Utilizando os exemplos acima, e utilizando o seu caderno de música, encontre as escalas relativas menores (natural, melódica e harmônica) à partir das escalas de Sol Maior (um sustenido) e Fá Maior (um bemol).
Escreva as escalas maiores indicadas, e depois forme as escalas menores. Feito isso toque as escalas utilizando o seu teclado.
Vamos Tocar!
No
teclado 🎹
A seguir veremos exercícios para algumas escalas menores e em sequência sua aplicação.
Ex. 1
Ex. 2
Ex. 3 – Ré Menor nas três formas. Mesmo com as mudanças de compasso,
lembre-se que o andamento não se altera. Antes de tocar o exercício em sequência, estude cada linha separadamente.
Ex. 4 – Sol menor nas três formas
Ex. 5 – Leitura em Sol menor
Morris Goldenberg - Modern School For Xylophone, Marimba, Vibraphone
Ex. 6 - Leitura em Lá menor
LEITURA
Algo que é importantíssimo para o percussionista ou baterista envolvido na prática da música em conjunto, seja na música popular ou sinfônica, é a habilidade de contar pausas.
Veremos algumas formas de como a contagem de pausas podem aparecer nas partituras, e como interpretá-las corretamente.
Pausas Múltiplas: uma barra horizontal indicando a quantidade de compassos de pausa.
Ex. 7
Dica: Contaremos quatro compassos de pausa indicados pela barra horizontal com o número 4.
Ex. 8 – Para um executante.
Dica: Aqui o uso das pausas serve para que o executante possa trocar as baquetas e os instrumentos. Sempre que isso ocorrer, conte os compassos para não se perder. Mas tenha cuidado para não emitir sons na troca entre os instrumentos e não falar em voz alta.
Embora seja um estudo para um executante, pode ser tocado também como duo.
A pausa da semibreve pode ser usada para representar pausas dentro de compassos de forma geral. Mesmo quando o número de tempos é diferente da fórmula de compasso:
G. P. (Pausa Geral): Indica pausa geral para todo o conjunto ou orquestra. Sua duração é variável e indicada pelo regente ou diretor do grupo.
Tacet – Indica que não vamos tocar em uma peça musical ou trecho de uma peça musical.
No exemplo, a caixa não tocará, apenas o teclado:
No exemplo, a caixa começará tocando nos primeiros 3 compassos e depois não tocará mais, como indicado pela expressão Tacet al Fine (Tacet até o fim).
Repetições - Parte 3
Vimos nas lições anteriores o ritornello e o seu uso com as casas de repetição (1ª, 2ª, etc…).
Mas temos outros sinais, escritos em Italiano, que nos orientam na leitura das partituras: Da Capo (D. C.), Fine (Fim), Dal Segno (D. S.), o Sinal de Salto (Coda). E a combinação entre eles: Da capo ao Fim (D.C. ao Fim ou Fine) e Dal Segno al Coda (D. S. al Coda).
Da Capo ou D. C. (Da cabeça) - Indica que devemos voltar ao início.
Ex. 9
Dal Segno (D. S.) – Popularmente chamado de Volta ao S. Indica que voltaremos onde o sinal estiver marcado.
Ex. 10
Fine (Fim) – Indica o final da peça.
Sinal de Salto (Coda) - Popularmente chamado de O (ó). Dois sinais de coda atuam juntos. Indicando que haverá um salto no trecho entre os dois sinais, que muitas vezes leva ao fim da peça.
Repetições: Da capo al Fine / dal Segno a Coda
As combinações mais usadas entre esses sinais são:
Ex. 11 - Da Capo ao Fine – Devemos voltar ao início e paramos no Fine.
Ex. 12 - Dal Segno al Coda: Voltamos até o S e pulamos da 1ª Coda para a 2ª Coda.
Dica: Atenção para a contagem dos dois compassos de pausa, indicados com a barra horizontal de pausas múltiplas e o número dois.
Outros sinais de repetição muito utilizados utilizados na escrita para percussão.
Sinal
de repetição de tempo: Barras simples diagonais. Esse sinal ocorre
dentro de um mesmo compasso, e indica que vamos repetir, dentro do mesmo compasso, o que está no tempo anterior.
Fill ou preenchimento: As barras diagonais podem também indicar ao executante certa liberdade na interpretação do trecho, ou mesmo curtos solos quando o termo Fill vier indicado sobre o trecho. É importante obedecer ao estilo e respeitar a quantidade de tempos indicada.
Ex. 13
Repetição de padrões rítmicos por vários compassos: É comum o uso da barra de pausas múltiplas, com a indicação do número de compassos, com os termos Play ou Símile ou Ritmo, entre outras variações. Nesse caso, a indicação não é de pausa, mas sim para indicar ao executante a repetição de padrões rítmicos ou ainda o uso de padrões de ritmos populares ou marciais específicos dentro daquela determinada quantidade de compassos.
Toda atenção deve ser dada no que se refere à contagem dos compassos.
Ex. 14 - Tocaremos os dois primeiros compassos e mais os cinco compassos indicados com Ritmo (que serão a continuação dois dois primeiros compassos) e depois um compasso de preenchimento com repetição.
Ex. 15 - Tocaremos os quatro primeiros compassos e depois mais seis compassos de Marcha, e depois os dois compassos finais com repetição.
Referências
MED, Bohumil. Teoria da Música: Vade Mecum de teoria musical. 5ª edição. Brasília, DF: Musimed, 2017.
CARDOSO, Belmira e MASCARENHAS, Mário. Curso Completo de Teoria Musical e Solfejo. 14ª edição. São Paulo: Irmãos Vitale, 1996.
LACERDA, Osvaldo. Compendio de Teoria Elementar da Música. 4ª edição. São Paulo: Musicália S/A, 1967.
COTRIM, Gilberto Vieira. TDEM-2: Trabalho dirigido de educação musical. 11ª edição. São Paulo: Editora Saraiva, 1999. 1º grau, 2º volume.
COSTA, Eliseu Moreira. Material Didático e Metodologias não publicadas.
BANDEIRA, Léo. Teoria Musical para bateria. 1ª Edição. Brasília: Musimed, 2019.
COOK, Gary D. Teaching Percussion. Third Edition. Arizona: Schirmer Books, 1997.
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