Lição 15 - Introdução ao Toque Duplo e Abreviaturas/ Rulos no Teclado Pt.2
Lição 15
Introdução ao Toque Duplo
TÉCNICA
Toque Duplo
Se aproveitarmos o que aprendemos com os toques múltiplos sobre o controle do rebote, e controlarmos ainda mais o rebote da baqueta, poderemos ter apenas dois toques para cada movimento. É o que chamamos Toque Duplo, dois toques gerados com apenas um movimento de mão.
A baqueta partirá de um Full stroke e ao tocar, ao invés de repicar várias vezes, como fizemos para o Toque Múltiplo, vamos controlar o seu rebote para que só repique duas vezes.
Quando isso é aplicado com poucas articulações no ritmo, os dois toques são gerados ainda sem rebote. Mas à medida que aumentamos as subdivisões ou o andamento, seremos capazes de gerar dois toques com apenas um movimento de mão.
No Vídeo:
O controle do Toque Duplo com o Exercício 1
Confira!
Vamos Tocar!
Na Caixa 🥁
Ex. 1 - Dobrando as divisões com Toques Duplos
Perceba que nas semínimas e colcheias ainda estaremos realizando dois toques simples com cada mão, passando para o toque duplo efetivamente quando chegamos nas semicolcheias.
O próximo exercício pode ser tocado em vários andamentos diferentes. Comece devagar e concentre-se na igualdade de som entre os dois toques.
Ex. 2 - Lembre-se de usar o metrônomo e pulsar no Ti que ta que.
CONCEITOS TEÓRICOS
Antes de seguirmos...
Na lição 13, falamos rapidamente sobre as abreviaturas. Sinais que são colocados ou acima, ou abaixo, ou cortando a haste de uma nota.
Na prática, é uma forma de escrevermos de forma abreviada muitas articulações.
Cada traço utilizado se refere às hastes das Colcheias (um traço), Semicolcheias (dois traços), Fusas (três traços).
Abreviaturas para Colcheias |
Abreviaturas para Semicolcheias |
Abreviaturas para Fusas |
A regra nos aponta a quantidade de articulações que estão abreviadas. Para o uso em nossos estudos as abreviaturas indicarão os toques duplos.
Para Fixação 😉
Notas
com abreviaturas – Toques Duplos (Double Strokes)
Notas
cortadas por Z ou com símbolo de Trilo (como
vimos na lição 14), Toques Múltiplos (Multiple Bounce ou Buzz)
Vamos Tocar!
Na Caixa 🥁
Para treinarmos os toques duplos dentro de uma mesma subdivisão rítmica
Ex. 3 - Todas as notas com abreviaturas devem ser executadas com toque duplo e seguindo o mesmo padrão de baquetamento do início ao fim. Não deixe de estudar começando com a mão esquerda liderando.
Ex. 4 - Com base ternária
Rulo com Toques Duplos (Double Stroke Roll)
Agora que vimos como produzir os Toques Duplos, vamos aplicar.
Rulo com Toque Duplo (Double Stroke Roll) – Rulo Aberto
Podemos produzir rulos, prolongando a duração de uma nota na caixa, utilizando toques duplos. O resultado será um rulo aberto diferente do rulo fechado com toques múltiplos. Os rulos com toques duplos são muito utilizados no contexto militar, em peças para percussão rudimentar e na bateria.
Basicamente, assim como com os toques múltiplos, podemos utilizar qualquer subdivisão como base para um rulo com toques duplos. Mas começaremos utilizando os rulos com uma quantidade determinada de toques: Rulo de 5 toques, Rulo de 7 toques, Rulo de 9 toques, Rulo de 13 toques e o rulo de 17 toques.
Os rulos numerados (mesurados), seguem a lógica de uma quantidade de toques duplos e a nota de chegada, que na maioria das vezes é acentuada, mas nem sempre.
No Vídeo:
Os rulos numerados de 5, 7, 9, 13 e 17 Toques
Confira!
Rulo de 5 Toques – Five Stroke Roll
Perceba que no rulo de 5 a mesma mão inicia e conclui o rulo.
As formas de escrita:
Vamos Tocar!
Na Caixa 🥁
Ex. 5
Ex. 6 - o baqueteamento mudará na repetição
Dica: O número indicando a quantidade de toques pode vir escrito.
Rulo de 7 Toques – Seven Stroke Roll
O rulo de 7 tem duas interpretações uma com base nas semicolcheias e uma com base na quiáltera.
A) Com base nas semicolcheias
B) Com base nas quiálteras
Ex. 7
Ex. 8
Rulo de 9 Toques – Nine Stroke Roll
Ex. 9
Aplicando os rulos de 5, 7 e 9
Ex.
10 – Em Dueto - Linha de cima Caixa 1, linha de baixo Caixa 2.
Rulo de 13 Toques – Thirteen Stroke Roll
Ex. 11
Rulo de 17 Toques – Seventeen Stroke Roll
Ex. 12
Aplicando os Rulos de 13 e 17
Ex. 13 - Em Duo
TÉCNICA
Toque Repetido das mãos (Toque Duplo) no teclado
Podemos executar os padrões de escalas e trechos de peças e solos com toques repetidos ou simulando toques duplos, ao invés de usar somente toques simples alternados. Em algumas passagens do repertório, dobrar uma das mãos é uma das soluções possíveis.
Mas as teclas não oferecem rebote como na Caixa, e os “toques duplos” serão executados com movimentos repetidos de punho. Em andamentos lentos e médios a repetição fica evidente; em andamento rápidos a ideia é de simular o toque duplo, com a ideia dos toques duplos da Caixa, mas continuamos com dois movimentos rápidos e iguais.
O foco deve ser no movimento horizontal (de um lado para o outro) dos punhos, com as baquetas próximas das teclas quando a dobra atingir duas teclas. E no movimento vertical (de cima para baixo), quando a dobra for na mesma tecla.
No Vídeo:
O uso dos Toques Repetidos das mãos para simular um Toque Duplo nos teclados.
Os Exercícios 14 e 15 e o uso dos movimentos Horizontais e Verticais.
Confira!
Vamos Tocar!
No Teclado 🎹
Ex. 14 - Atenção para a mudança na armadura de clave.
Teremos dois áudios: um em Semínima 72 Bpm e outro com a Mínima 100 Bpm. Ou seja, a semínima valerá 200 Bpm (!).
Áudio 1 - Semínima 72 Bpm
Ex. 15 - Toques Duplos utilizando abreviaturas.
Dica: Quando houver a necessidade de tocar trechos escritos com esse recurso, toque primeiro a frase sem as dobras e só depois aplique os toques duplos.
Rulos ligados e desligados
Lembre-se que os rulos para os teclados são executados com toques simples como vimos na Lição 13 .
O exercícios 17, 18, 19, 20 e 21 são aplicações dos exercícios vistos na caixa anteriormente. Você pode com isso, tocar junto com alguém e também convencionar suas próprias ideias.
Ex. 16
Ex. 17 - Variação do ex. 5 – A qual tonalidade pertence a armadura?
Ex. 18 - Variação do Ex. 6
Ex. 19 – Variação do Ex. 7
Ex. 20 – Variação do Ex. 9
Ex. 21 - Variação do Ex. 11
Ex. 22
Ex. 23 – Canon em Ré - Pachelbel - Quando a ligadura aparecer sobre um trecho, faremos o possível para que não hajam interrupções entre as notas.
Ex. 24 – A partitura pode vir sem o sinais de rulo e apenas com a orientação de rulo em todas as notas, ou notas específicas como por exemplo “Rulo nas semínimas e mínimas”.
Perceba que as mínimas aparecem com haste para cima e para baixo. Essa é mais uma forma de escrita, e indica o uso de Vozes diferentes.
Lição 14
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Lição 16
Bibliografia
MED, Bohumil. Teoria da Música: Vade Mecum de teoria musical. 5ª edição. Brasília, DF: Musimed, 2017.
CARDOSO, Belmira e MASCARENHAS, Mário. Curso Completo de Teoria Musical e Solfejo. 14ª edição. São Paulo: Irmãos Vitale, 1996.
LACERDA, Osvaldo. Compendio de Teoria Elementar da Música. 4ª edição. São Paulo: Musicália S/A, 1967.
WOOTON, John. Dr. Throwdown’s Rudimental Remedies. Nashville, TN: Row-Loff Productions, 2010.
ROCCA, Edgar Nunes. Método Completo de Bateria. Rio de Janeiro: Escola Brasileira de Música, 1986. Volume 2
ROCCA, Edgar Nunes. O Ritmo Pelas Subdivisões. Rio de Janeiro: Groove, 1992. Volume 1.
COSTA, Eliseu Moreira. Material Didático e Metodologias não publicadas.
AUDI, Cesar Augusto Conter. Estudo dos Movimentos Full, Down, Tap e Up. Porto Alegre: Independente, 2000
GOLDENBERG, Morris. Modern School for Xylophone, Marimba and Vibraphone. EUA: Chappell & Co., 1950.
COOK, Gary D. Teaching Percussion. Third Edition. Arizona: Schirmer Books, 1997.
TARCHA, Carlos. Técnica de Duas Baquetas para Teclados de Percussão. Trabalho apresentado como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Artes. São Paulo: Universidade de São Paulo, 1997.