Lição 14 - Tetracorde e Armadura de Clave com Bemóis - Introdução ao Toque Múltiplo

Lição 14

Tetracorde e Armadura de Clave com Bemóis

CONCEITOS TEÓRICOS

 

Na lição 12  vimos o processo de reprodução de novas escalas a partir da escala de Dó maior e na Lição 13, todas as armaduras de clave com sustenidos. Mas será que podemos usar armaduras de clave com bemóis?

Vamos utilizar novamente o modelo dos tetracordes da escala de Dó maior para entender.

 


 

Dessa vez o 1º tetracorde se transformará no segundo (posicionado no exemplo uma oitava acima). E completamos as notas que faltam para baixo.


A nova escala será de Fá Maior


 

Mas os tetracordes não estão iguais; a disposição dos Tons e Semitons não está igual. Para ajustar, vamos abaixar o IV grau meio tom com um bemol.

 

Esse processo será usado para todas as novas escalas com bemóis nas armaduras.


A partir da escala de Fá Maior, originamos a escala de Si bemol Maior, e alterando o IV grau teremos dois bemóis.




 

 

Vamos Praticar!

Utilizando o seu caderno:

À partir da escala de Si bemol, forme a de Mi bemol com três bemóis;

À partir da escala de Mi bemol, forme a de Lá bemol com quatro bemóis;

À partir da escala de Lá bemol, forme a escala de Ré bemol com cinco bemóis;

À partir da escala de Ré bemol, forme a escala de Sol bemol com seis bemóis.



 

Armaduras de Escala (clave) com Bemóis

 


Todas a notas que aparecerem no trecho sob a armadura terão automaticamente as mesmas alterações.

A ordem dos bemóis na armadura: SI - MI - LÁ - RÉ - SOL - DÓ – FÁ

Para sabermos a tônica da escala através da armadura de clave com bemóis basta olharmos o penúltimo bemol armadura.

 


O penúltimo bemol é Ré. Então a armadura é de Ré Bemol Maior.

 

A exceção é para a escala de Fá maior que sempre terá apenas um bemol. 

Quando no início da pauta não houver armadura estaremos em Dó Maior ou em Lá menor.

 

 

LEITURA

Vamos Tocar!

As escalas com armaduras de clave com bemóis em uma oitava, e já com uso do Rulo.

Nos áudios os exercícios com escalas serão executados somente uma vez.


No Teclado 🎹

 

Ex. 1 – Fá Maior

 

 

Ex. 2 – Si Bemol Maior

 

Ex. 3 - Mi Bemol Maior


 

Ex. 4 - Lá Bemol Maior

 

 

Ex. 5 - Ré Bemol Maior

 

 

Ex. 6 - Sol Bemol Maior

 

Ex. 7 - Dó Bemol Maior

Dica: Aqui todas as notas são alteradas com um bemol.

 




Na lição 6, falamos sobre Enarmonia e as Notas Enarmônicas. Ou seja, notas que têm a mesma altura e nomes diferentes, e que nos teclados de percussão essas notas serão tocadas na mesma tecla.

Acontece que também podemos ter Escalas Enarmônicas. Ou seja, escalas com notas e armaduras de clave diferentes, mas com mesma entoação, e tocamos nas mesmas teclas.

Por exemplo: Dó bemol Maior e Si Maior. Localize as notas e toque no seu teclado.

 



 

As outras escalas enarmônicas com sustenidos e bemóis;

Fá sustenido Maior e Sol bemol Maior;

Dó sustenido Maior e Ré bemol Maior.


Localize as notas das escalas acima e toque no seu teclado 😉



TÉCNICA

 

Introdução ao Toque Múltiplo

Na primeira lição, vimos que basicamente podemos tocar qualquer rudimento, combinando os toques que aprendemos até aqui para o toque simples com ou sem acentos.

O que aprenderemos agora é o quinto toque, que chamamos Toque Múltiplo (Multiple Bounce)

O toque múltiplo consiste em produzir vários toques com apenas um movimento de mão. Ou seja, ao tocar você deixará a baqueta quicar sem impedir o rebote, fazendo pressão contra a superfície. Essa pressão será feita com a pinça nos dedos indicador e polegar. O resultado será de múltiplos toques que gradativamente aprenderemos a controlar para produzir rulo fechado também chamado de rulo sinfônico (Multiple Bounce Roll).

O símbolo que usaremos para representar o toque múltiplo será o de um Z ou acima ou abaixo ou cortando a nota.

No Vídeo:

O toque múltiplo utilizando os Exercícios 8 e 14

Confira!

 

 


Vamos Tocar!

 Na caixa 🥁


Para exercitar, vamos usar notas com rebote (full strokes) e para o toque múltiplo, pensaremos em toques com rebotes controlados (down strokes) pressionando a baqueta contra a superfície, mas permitindo que ela quique várias vezes.

 

Ex. 8

 

 

Ex. 9 - Mãos alternadas

Dica: Não esqueça de marcar os movimentos

 

 

Ex. 10


 

Ex. 11

 

 

Ex. 12 - Misturando as bases

 

 

Ex. 13


 

Ex. 14 - Progressão Rítmica

 

Ex. 15 - Metades de tempo com base na semicolcheia



 

Ex. 16 - Metades de tempo com base ternária

Dica: Lembre-se de inverter os baqueteamentos  😉



 

Ex. 17 - Metades de tempo com base em Fusas

 

 

 

O Rulo Fechado ou Rulo Sinfônico (Multiple Bounce Roll)

  

No vídeo:

O Rulo com Toques Múltiplos;

A alternância na base do rulo;

Rulos ligados e desligados

Confira!

 


 

A forma de um percussionista produzir uma nota longa em um tambor é através do Rulo. Na caixa utilizaremos uma sequência de toques múltiplos (ou toques duplos, tema da próxima lição) para chegar a esse resultado. Nesse sentido, para melhor sonoridade, vamos procurar evitar tocar diretamente no centro do tambor pois essa é a área com menos ressonância. O Rulo Fechado é mais usado com o repertório de Bandas e Orquestras Sinfônicas, o que não quer dizer que não possa ser usado em outros contextos.

Na escrita para percussão, o rulo será indicado apenas com uma nota sinalizada e não com a informação de qual base rítmica usar. 

 

Acima o exemplo de uma semínima com a indicação de rulo com toques múltiplos ligada a outra semínima. No compasso seguinte o exemplo de como soa utilizando a base rítmica com fusas.

Por isso é importante que dominemos o toque múltiplo estudado anteriormente em qualquer subdivisão e principalmente nas subdivisões ímpares. Isso nos dará mais opções para várias faixas de andamento. E ajudará na busca da sonoridade de uma nota longa sem que se destaque um ritmo articulado.

 

Continuaremos utilizando o Z cortando a nota para treinarmos o Toque Múltiplo. Mas em alguns métodos também podemos encontrar o sinal de Trilo para indicar o rulo...


 

...ou ainda as abreviaturas cortando as notas. Mas veremos o uso das abreviaturas para caixa na próxima lição quando veremos os Toques Duplos.

 

 

Rulos Ligados e Desligados

Os rulos podem vir conectados à nota de chegada através de uma ligadura que, resumidamente, indica que a nota de chegada não será destacada; não deve ser acentuada (a menos que um sinal de acento esteja escrito):

  

E também podem aparecer sem essa conexão através da ligadura, indicando que vamos cortar o rulo antes da nota de chegada e essa nota será articulada normalmente:


 

Vamos tocar!

Na caixa 🥁

Leitura e Aplicação de Rulos

Ex. 18


Ex. 19 No áudio o exercício será executado duas vezes com as repetições.

 

 

Ex. 20

 

 

Ex. 21

 

 

 

Outra coisa de muita importância é em relação aplicação do rulo e as dinâmicas.

Para um rulo piano, usaremos menos alternância das mãos; menos base.

Para um rulo forte, usaremos mais alternância da mãos; mais base.


Ex. 22 – Na primeira vez Piano e da segunda Forte. Estude em vários andamentos

 

 

 

E para Crescendo e Decrescendo o movimento obedece a intensidade exigida.

Para o Crescendo: começamos com menos base, e com isso executamos uma quantidade menor de alternância, deixando as baquetas próximas à pele. Gradualmente aumentamos a base, e com isso naturalmente a quantidade de alternância aumenta, e a distância das baquetas em relação a pele do instrumento também aumentará.

Para o Diminuendo o processo reverso.


Ex. 23




 

Tenha calma!

Para perceber a evolução com o domínio do Rulo com Toque Múltiplo é preciso ter paciência. 

Mas não desista!

Acompanhe o material de apoio e persevere!

 

 

Lição 13

Página inicial

Lição 15

 

 

 

Bibliografia

 

MED, Bohumil. Teoria da Música: Vade Mecum de teoria musical. 5ª edição. Brasília, DF: Musimed, 2017.


CARDOSO, Belmira e MASCARENHAS, Mário. Curso Completo de Teoria Musical e Solfejo. 14ª edição. São Paulo: Irmãos Vitale, 1996.


LACERDA, Osvaldo. Compendio de Teoria Elementar da Música. 4ª edição. São Paulo: Musicália S/A, 1967.


WOOTON, John. Dr. Throwdown’s Rudimental Remedies. Nashville, TN: Row-Loff Productions, 2010.


ROCCA, Edgar Nunes. Método Completo de Bateria. Rio de Janeiro: Escola Brasileira de Música, ano?. Volume 2


ROCCA, Edgar Nunes. O Ritmo Pelas Subdivisões. Rio de Janeiro: Groove, 1992. Volume 1.


COSTA, Eliseu Moreira. Material Didático e Metodologias não publicadas.

 

COOK, Gary D. Teaching Percussion. Third Edition. Arizona: Schirmer Books, 1997.